ALEGORIA DA CAVERNA

           Imaginemos nós um determinado grupo de pessoas nascendo numa caverna subterrânea. Já nasceram ali, acorrentados aos pés e ao pescoço. Sendo assim, todos são obrigados a olharem para o fundo da caverna. Mas atrás destes existe uma saída. E nesta saída uma rampa ascendente. No final da rampa, um muro, da altura de um homem. Do outro lado do muro, uma luz, que parece de uma fogueira. Entre a suposta fogueira e a entrada da caverna, pessoas que passam carregando em suas costas estatuetas de homens. Sendo assim, no fundo da caverna são projetadas sombras. Os prisioneiros já estão habituados com as sombras. Desde que nasceram as viram passando de um lado para o outro. Nunca duvidaram das mesmas e nunca se perguntaram de onde vinham. 

Imagem: Wikipédia
            No entanto, um dos prisioneiros, levado pela curiosidade, decidiu se libertar das correntes. E ao fazê-lo, começou a olhar a caverna por todos os ângulos, até perceber que havia uma saída. Decidiu então subir a rampa e se deparou com o muro. Levado pela mesma curiosidade, decidiu transpor este limite. E, ao saltar do outro lado, um choque: uma luz radiante e impactante ofuscou sua visão. O mesmo abaixou a cabeça, se recompôs lentamente, e começou a contemplar a verdadeira realidade. Viu que, o que parecia a luz de uma pequena fogueira era a luz do sol. Viu que à frente da entrada da caverna passavam homens com estatuetas nas costas. Percebeu que as sombras no fundo da caverna eram projeções das mesmas. Descobriu que tudo o que pensava conhecer anteriormente era ilusão.
            Depois de contemplar a verdadeira realidade, decidiu retornar à caverna para alertar os seus companheiros e companheiras sobre a sua descoberta. E, ao retornar e tentar convence-los foi prontamente ridicularizado. Afinal de contas, para estes ele estava vendo uma realidade que não existia. Concluíram que não valia a pena sair da caverna. Pois o único que havia saído parecia agora confuso, confundindo as coisas. Contudo, nem mesmo a ridicularização e o descaso conseguia fazê-lo silenciar. E como já estava incomodando demais, trazendo desordem à caverna, os habitantes da mesma decidiram silenciá-lo. Lançaram-se então sobre ele e o mataram.

Adaptação: Carlos Alberto Tolovi

            Platão, como o mais ilustre e famoso discípulo de Sócrates, inconformado com a condenação de seu mestre, decide denunciar a sociedade de seu tempo. E para isso utilizou-se da linguagem simbólica, por meio de uma alegoria para que sua mensagem ganhasse uma proporção de imensa profundidade.


Esta narrativa consiste numa adaptação da alegoria da caverna, de Platão, retirado do livro VII da República, tendo como objetivo o exercício de interpretação filosófico-sociológica em sala de aula.

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